
Todos sabem que minha formação é jurídica, mas falar de mercado financeiro tornou-se frequente para todos os brasileiros, pois o país, antes mero "figurante", passou à condição de personagem, ainda que emergente, na economia mundial.
O atual cenário econômico internacional, que demonstra muitas fragilidades, foi construído não apenas por instrumentos financeiros ou por uma ciência em si, mas de uma maneira instintiva, ao que me parece. E instintos falham.
Nos pânicos de 1825 e 1907 e no "crash" de 1929 haviam semelhanças nos períodos que os antecederam e elas persistem na história da humanidade: anos de excesso especulativo com a confiança de que não há riscos ou limites. Mas eles existem.
Se o homem é capaz de analisar a história, por que não evitar crises como essa?
Talvez seja algo simplista demais, mas o dinheiro envolve emoçöes, cria falsas percepções que podem levar o mercado à insanidade. E isso já ocorreu algumas vezes.
Preocupa-me sim a repercussão da crise, tanto pelo uso político e pelos discursos oportunistas, como a desaceleração do crescimento em países emergentes.
No aspecto político, entendo que já houve inclusive interferência (positiva por sinal) nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América. Mr Obama, conciliador, mudará o foco das atenções e analisará de perto a maior economia do mundo em detrimento das guerras provocadas por seu antecessor, que foram conduzidas por lobistas e por um conservadorismo retrógado e falido (assim espero).
E no Brasil, não será diferente, vai depender muito da forma e agilidade na implantação do Plano Meitega (alusão à Meirelles e Mantega).
Os Municípios poderão sofrer ainda mais, pois dependem das verbas "carimbadas" do Governo Federal, o que exigirá dos próximos prefeitos a definição e um planejamento de prioridades à sociedade.
E nós, como espectadores, sentiremos o impacto que dependerá, e muito, da oscilação dos níveis de confiança na economia e a responsabilidade dos líderes mundias.
Um abraço,
João Paulo Pucciariello
Um comentário:
Caro João Paulo!
Gostei bastante de suas palavras. Sua abordagem me remeteu a um livro muito interessante que faz um recorte histórico acerca da relação Estados Nacionais-Capital.
O livro, de autoria de Davidson Magalhães, intitula-se "Globalização do Capital e os Estados Nacionais". Interessante notar que, como você comenta, os municípios ficam de mãos atadas. Ainda que sejam prósperos em suas contas e projetos locais... esta vinculação e paternalismo, enraizados em nossa história luso-imperialista, me incomodam, sabia?! Muito!
Bem, meus parabéns pelo texto! Continue nos brindando com artigos como este!
Para não perder a piada... "Se o Barack é bom, o chopp é Obrahma"!
Um forte abraço!
Sucesso sempre,
Aristides Faria
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